Os museus têm potencial para oferecer oportunidades educacionais para pessoas de todas as idades, formações, habilidades, classes sociais e etnias. No entanto, será necessário decidir qual(ais) público(s)-alvo(s) se deseja atingir a curto-prazo(Museums and Galleries Commission Educação em Museus, 2001)
Ao discutirmos o texto
Oficina da Palavra e do Objeto de Magaly Cabral aprofundamos as questões
relacionadas às ações educativas em museus. Autores como Vygotsky, Bakthin e Paulo Freire
são citados pela autora. Fica claro a importância
do conhecimento sobre as teorias e fundamentos da pedagogia. A construção de um projeto pedagógico de um
museu precisa da colaboração de uma equipe multidisciplinar, incluindo assim,
profissionais qualificados na área da educação. O museólogo por sua vez precisa buscar esta
capacitação, saber dialogar com outros profissionais. A educação em Museus não pode ser pensada de
forma amadora e improvisada, são necessários aportes teóricos e metodológicos
da pedagogia no desenvolvimento das ações educativas. A ênfase, portanto não
está na exposição dos objetos musealizados, mas na relação do visitante com
estes objetos e com o próprio Museu. Para haver uma visitação com qualidade não
basta uma bela exposição, repleta de recursos museográficos, elementos
interativos ou tecnológicos. Para que a experiência no museu seja
potencializada, interessante, transformadora um bom projeto educativo, ações
educativas bem elaboradas direcionadas ao público para o qual foi criada, com
mediadores capacitados para sensibilizar e dialogar com os visitantes.
E é por todas as
concepções abordadas até aqui que proponho que a ação educativa no museu não
tenha como foco o objeto em
si, mas o que o
objeto pode oferecer para uma discussão a respeito das relações do visitante
com a sua realidade. Adotar uma postura
no sentido de
tratar os objetos propondo hipóteses sobre o que eles significam para o
visitante, buscando um movimento de re)criação e (re)interpretação das
informações, conceitos, significados e sentidos
neles contidos e na exposição que os apresenta. ( CABRAL , 2010)
A discussão do texto de
Fernando Hernández - Cultura visual,
mudança educativa e projeto de trabalho proporcionou momentos muito
interessantes e descobertas enriquecedoras sobre construção de projetos
educativos.
O
texto aborda sobre Cultura Visual , cujos estudos tem foco no visual , mais
abrangente que a História da Arte , incluído , portanto outras dimensões além da arte, cinema , Museus, Moda, Etiqueta
Social. O visual é também um artefato, a fotografia tem materialidade para além
da imagem.
Embora o texto apresente em outra parte o
relato de experiências realizadas em escolas na Espanha, os exemplos indicados
no texto são perfeitamente adaptáveis ao contexto dos museus. Pudemos conhecer outras perspectivas na
metodologia de projetos pedagógicos. A professora Zita propôs que fizemos uma
leitura mais atenta ao texto, refletindo e questionando sobre como relacionar o
texto ao outro trabalho da disciplina que consistiu em analisar criticamente,
ou propor uma ação educativa em um Museu.
O resultado não poderia ser melhor com ampla participação da turma e
debates acalorados!
Porque a
arte se transforma ?
| Visita ao Museu de Ciências Naturais |
Longe de ser uma entidade fechada em si, toda
obra de arte que merece esse nome passa a existir no contato com o receptor, e
renasce a cada nova interação com um novo espectador ou ouvinte. A fruição
artística é, na verdade um diálogo. (Umberto Eco)
O que mais me marcou no texto do Hernández foi o
exemplo três “Porque a
arte se transforma ?”. Neste exemplo
o autor apresenta informações sobre como foi concebido e executado um projeto em
24 horas/ aulas por uma professora de Língua Catalã e filosofia para seus
alunos da sétima série.
O
autor define como finalidade prioritária do Projeto Educativo :
Encontro dialógico /Troca de saberes entre os alunos
e Consciência da quantidade de informação que transmitem uns aos outros nas
conversas;
Outro
objetivo: Consciência das múltiplas relações entre arte e outras áreas, arte e
experiências cotidianas de cada um.
Estas proposições já me deixaram muito
emocionadas, pois de alguma forma despertou em mim o interesse em aprender a
construir projetos assim, e talvez seja o caminho que quero seguir como
profissional da Museologia. O texto foi
organizado em Seções para apresentar as diversas etapas do projeto, mas o autor
deixou claro que o caminho se faz ao caminhar!
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