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Afinal, o museu é um dos locais que nos proporcionam a mais elevada idéia do homem.Mas, os nossos conhecimentos são mais extensos do que os nossos museus [...] (André Malraux – O museu imaginário)
Na formação do curso de Museologia ainda não tive oportunidade de atuar como mediadora em nenhuma instituição museológica. Neste semestre, no entanto , durante o estágio obrigatório no Museu do Inter tenho acompanhado de perto o trabalho dos mediadores deste museu nas visitas das escolas à sua exposição, mas tenho consciência que isto não substitui ter atuado como mediadora , o que pretendo fazer assim que possível.
Minha
experiência com ações educativas em museus limita-se a esta observação no estágio
e a vivência como visitante, aí sim em vários museus.
Antes desta disciplina já
havia lido alguns textos sobre educação em museus, e assistido a uma palestra
da Amanda Tojal sobre o trabalho desenvolvido na Pinacoteca de São Paulo, em um
seminário sobre Acessibilidade.
Os
museus de arte, história, ciências e tecnologia ou qualquer que seja sua
tipologia existem para que as pessoas o visitem, acessem seu acervo - o museu é uma instituição aberta ao público para
fruição e aprendizagem. Nesta relação
público - museu / pesquisador–museu para
cumprimento de sua função social e educativa, a atenção à questão pedagógica
é essencial na qualificação do
espaço e dos profissionais que atuam no museu .
A aula expositiva sobre a
Dimensão Educativa dos Museus e a função educativa dos Museus, ministrada pela
professora Zita Rosane Possamai, abriu caminho para a discussão mais aprimorada
sobre esta relação delicada e essencial entre museu e educação.
Desde suas origens os
museus já apresentam uma dimensão educativa com os Gabinetes de curiosidades,
Câmaras das Maravilhas. Em galerias como Louvre havia a formação clássica dos
artistas cuja premissa é copiar os mestres e ter contato com as obras
originais.
A partir do século 18 com a
noção moderna de Patrimônio (Europa), os Museus passam a ter uma função moral
de pedagógica: contribuir para a construção da identidade da nação. Os museus constituem-se
como guardiões do Patrimônio. No século
IXX com o surgimento dos Museus de Ciências para abrigar coleções científicas e
os pesquisadores que as investigavam evidenciam a função educativa destas
instituições.
Desta forma a partir da aula da professora Zita compreendi que desde sempre o museu teve uma dimensão educativa, mas sua função educativa surge com a criação do setor, departamento ou programa educativo nos Museus e a presença das escolas nos museu para “complementação e ilustração” dos conteúdos pedagógicos vistos em sala de aula. Além do mais as reflexões da função social e educativa dos museus vem transformando as percepções sobre como estes devem desempenhar esse papel. O museu pensado como um fenômeno, um processo intrinsecamente ligado a Educação, em parceria com as escolas.
Cada vez
mais a relação museu-escola tem assumido novas conformações, com o museu
atuando em ações conjuntas com a escola, travando contatos, encontros com os
professores. Essas instituições,
respeitando suas especificidades, devem qualificar a experiência do aluno ao possibilitar
reflexões e novas experiências, atentos ao contexto social, cultural do
estudante e sua faixa etária. Sob esta
nova perspectiva (que ainda é um desafio para realidade brasileira), a
visitação no Museu feita por uma mediação com caráter dialógico, construtivo e não a mediação “extencionista” (lembrei
do Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido) pode qualificar a experiência do
aluno no museu.


